Frios outonos.

Quando o azul virou cinza, e cristalizado o mar ficou entre pedaços.
Pedaços de sonhos, vidas. De dias, meses. Pedaços de inícios, meios e fins.
Pedaços de mim.
Sonhos que não mais reconheço ter exigido de alguém. Vidas que passarão pela minha e a fizeram forçar um recomeço.
Dias, meses e anos aos quais não recordo, alguns flash's apenas.
E inícios meios e fins que joguei ao mar.
Meus pés não agüentavam mais o peso que meu coração levava consigo. Peso de esperanças que foram escritas em folhas secas para o vento tomar conta e as levar aonde só Deus sabe. Ou nem ele.
Amores soltos, e por entre lágrimas suspiros e perdas perdidos no tempo.
Sofri. Chorei. Perdi-me nos braços de alguém que não se perderia nem a um milímetro do meu corpo.
Senti o mundo descer e meu chão cair, senti você ir embora aos poucos. Primeiro suas palavras, depois aquele seu olhar fascinante que sempre me perseguia, seguido então de perder seu sorriso e seu respeito.
Chegando ao ápice da solidão, do desespero, pensei diversas vezes em loucuras. Não pra recuperar-te, mas pra sair daquilo tudo de uma vez por todas.
Ingenuidade a minha, pois no ato de me restabelecer fui mais uma vez nocauteado pela sua desvalorização. E no pior ato de tentar nos restabelecer fui mais uma vez...
Abandonado pela minha alma.